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O que eu achei da série Adolescência, da Netflix

  • Foto do escritor: Lucy Oliveira
    Lucy Oliveira
  • 10 de abr.
  • 3 min de leitura

Um crime bárbaro cometido por um adolescente…E uma grande reflexão — não apenas sobre o comportamento do menino, mas também sobre a conduta dos seus pais. Essa é a série Adolescência, disponível na Netflix.Se você acompanha meu conteúdo, vai perceber que muitos dos assuntos que tratamos aqui estão presentes na série. Inclusive um dos mais importantes: tempo de qualidade com os filhos.Perceberam? Que série boa pra refletir, hein?Como dizem lá na minha cidade: “Nuh! Boa, mas boa mesmo!”

A série já começa com uma cena de impacto: um menino de 13 anos mata uma menina a facadas.Logo depois, policiais invadem a casa dele.A forma como a cena é gravada nos coloca dentro da situação, sentindo o peso e a confusão daquele momento.

Como não li a sinopse, achei que seria uma série sobre o comportamento dos adolescentes — algo mais cotidiano, relacionado à convivência.Mas me enganei bastante.

Episódio 1 – O reflexo dos pais

No primeiro episódio, os policiais parecem querer nos convencer de que o pai do menino, Jamie, é abusivo — como se isso explicasse o que aconteceu.Eles tentam descobrir se ele já bateu no filho, se foi violento, se havia histórico de agressão.E, confesso, eu mesma comecei a achar que o pai seria um monstro. Mas Jamie surpreende: ele pede que o pai seja o tutor legal durante todo o processo.

E aí vem minha primeira reflexão:🪞 Os filhos são o reflexo dos pais.

Episódio 2 – A escola, o caos e o silêncio

Os investigadores vão até a escola onde Jamie e a menina estudavam.O ambiente é um verdadeiro caos:

  • Professores perdidos,

  • Outros autoritários,

  • Alunos desrespeitosos,

  • Bullying acontecendo de forma visível e constante.

O filho de um dos investigadores também estuda lá e, em conversa com o pai, percebemos a falta de diálogo entre eles.O pai trabalhava demais, a mãe ficava com toda a responsabilidade em casa.Logo no início da série, o menino manda um áudio para o pai pedindo pra faltar à escola — e não era a primeira vez. Esse menino era vítima de bullying e sofria calado.

E mais: é o próprio filho que aponta que a investigação está indo para o caminho errado.

A menina morta parece ter praticado bullying com Jamie através de emojis no Instagram.😐🔍 Isso escancara a importância de estarmos atentos ao que os filhos fazem online, incluindo códigos e mensagens que, muitas vezes, passam despercebidos.

Episódio 3 – A dor de não se sentir aceito

Em conversa com a psicóloga, Jamie revela comportamentos estranhos e, principalmente, sua baixa autoestima.Conta que só queria agradar o pai, mas achava que ele sentia vergonha por ele não se destacar nos esportes, como o pai desejava.Jamie amava desenhar, mas o pai só valorizava esportes.

✨ No fundo, Jamie só queria se sentir amado, ouvido, aceito, importante.

Episódio final – Quando o arrependimento chega tarde

Jamie decide se declarar culpado.Os pais têm uma conversa intensa, tentando entender onde erraram.O pai relembra o próprio passado: era espancado pelo pai e prometeu não repetir isso com Jamie.Fez tudo pelo filho, mas caiu na armadilha da permissividade.

Jamie amava desenhar.Quando pediu um computador, o pai deu tudo: o computador e todos os acessórios.Mas nunca mais o viu desenhando.A mãe lembra de vê-lo trancado no quarto, até de madrugada, no computador — sem saber o que ele acessava.E hoje, isso pesa.

O pai tenta amenizar, dizendo:

"Todas as crianças hoje em dia fazem isso."

Mas no fundo, ele sabe que algo se perdeu.Ele vai até o quarto do filho, chora, coloca um ursinho de pelúcia na cama e diz em voz alta:

"Desculpe, filho. Eu deveria ter feito mais."


 A hora é agora.

Não espere mais para ter tempo e diálogo com o seu filho.Pare de se matar para dar uma vida melhor pra ele — talvez ele nem esteja vivo para vivê-la.

O tempo, a presença e o amor são os maiores patrimônios que você pode deixar.

Se essa série mexeu com você como mexeu comigo, aproveite esse incômodo como ponto de partida.

Vamos refletir — e agir.

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